quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Encontro alusivo ao Ano Internacional das Cooperativas reune líderes e autoridades


Para celebrar 2012, ano eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional das Cooperativas, as cooperativas Certel, Sicredi Ouro Branco e Languiru, com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop-RS), promoveram o Encontro “A Intercooperação Sustentável”, integrando-se com líderes e vice-líderes de núcleo e autoridades para debater e analisar a necessidade de ações conjuntas que visam o desenvolvimento da economia, sem esquecer do aspecto socioambiental. O evento ocorreu na manhã desta sábado, dia 15, no ginásio da Associação dos Funcionários da Cooperativa Languiru, em Teutônia.
Economia da cooperação
A primeira palestra foi proferida pelo professor e consultor da Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, e da Universidade de Viçosa, de Minas Gerais, José Horta Valadares, sobre economia da cooperação. Numa economia organizada a partir de cooperativas, é necessário acreditar que um negócio, para se vincular ao mundo, depende do sistema cooperativista. “Se não houver confiança, é improvável que alguém decida entrar numa cooperativa para compartilhar com outros o mesmo ambiente empresarial. E para isso dar certo, é preciso envolvimento direto das pessoas por meio de reuniões comunitárias, além de boas lideranças e bons colaboradores”, afirmou.
Valadares trabalha há décadas com o cooperativismo, e mostrou-se surpreso com a forte influência das cooperativas em Teutônia e na região. Disse sentir orgulho por estar diante de uma comprovação definitiva de que o cooperativismo transforma as pessoas e os lugares. “Notamos com muita clareza nesse evento que o cooperativismo é a opção que as pessoas escolheram para melhorar a vida. E isso funciona e dá certo porque decidiram conversar entre si, estabelecendo acordos de cooperação mútua e desenhando toda uma economia para produzir riquezas baseadas no cooperativismo”, comentou.
Intercooperação e sustentabilidade
A segunda palestra, que abordou a intercooperação e a sustentabilidade, foi ministrada pelo pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Luiz Augusto Ferreira Verona. O palestrante considera a sustentabilidade como um processo amplamente dinâmico, com pilares básicos de justiça social, equidade, produção, distribuição de renda, autogestão. “Este evento coloca em prática aquilo que temos lutado há muito tempo, a construção de redes com interações fortes, com foco para o crescimento sustentável. Esse é o caminho para alcançarmos um mundo melhor”, assinalou.
Para Verona, o principal desafio é manter essas redes de cooperação, essa união, o que pode existir numa cooperativa, associação, família ou num grupo de futebol. “É preciso manter esses grupos com os mesmos interesses, no caso, aqui das cooperativas, na qualidade de vida dos seus cooperados. Vemos que esse espaço está sendo construído na região de Teutônia”, frisou.
Futuro preocupa
O presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sistema Ocergs-Sescoop/RS), Vergilio Frederico Perius, encerrou as palestras falando sobre Cooperativismo. O mais importante, na visão do dirigente, é pensar no futuro do sistema cooperativista. “Temos um presente bom, mas estou muito preocupado com a juventude. Porque, se insistirmos muito pelas exportações de commodities, sem transformar em manufaturamento, o Brasil vai criar um grave risco de esvaziamento dos campos”, alerta Perius, acrescentando que incrementar o sistema agroindustrial é uma das formas de fixar os jovens no meio rural.
A integração existente entre as três cooperativas promotoras, para o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, serve de exemplo para o País. “O produtor necessita da produção, da energia elétrica e do crédito para se manter forte, e é por isso que 82% da população teutoniense é vinculada a alguma cooperativa”, sublinha.
Avaliações
O líder de núcleo da Certel Mário Silvério Favaretto, de Sério, aprovou a iniciativa das cooperativas. “O evento foi muito proveitoso, pois os temas estão relacionados com o nosso dia a dia. O fortalecimento do segmento agroindustrial, proposto por Vergilio Perius, deve ser muito bem lembrado pelas nossas cooperativas e também pelos agricultores. E temos que diversificar a produção sempre com respeito ao meio ambiente, pois tudo que se joga contra a natureza, cedo ou tarde volta contra nós mesmos”, adverte.
Para Ingo König, líder de núcleo da Certel de Sampaio, Santa Clara do Sul, os ensinamentos e debates do encontro contribuem para o fortalecimento do setor primário. “Tanto a intercooperação como a sustentabilidade devem estar cada vez enraizadas na nossa cultura. Quanto mais união, mais força teremos para crescer”, avalia König, associado à Certel, “com muito orgulho”, desde 1971. “A cooperativa nunca nos ‘deixou na mão’”, acrescenta.
Romeu Kayser, líder de núcleo da Certel de Linha Catarina, Teutônia, acredita na força do sistema cooperativista. “Nossa região tem qualidade de vida, principalmente, pelo trabalho conjunto das três cooperativas. Por isso, o cooperativismo deve ser, cada vez mais, incentivado”, pondera.
Respeito ao meio ambiente
O Encontro “A Intercooperação Sustentável” terá a sua emissão de gases de efeito estufa neutralizada pelo projeto Energia Verde em Harmonia Ambiental, da Certel Energia, através do plantio de árvores doadas pelo viveiro da cooperativa, cujo plantio será realizado por colaboradores da Certel, Languiru e Sicredi. As camisetas personalizadas do evento, distribuídas aos líderes de núcleo, são ecológicas, confeccionadas por algodão e garrafas pet, também contribuindo com a preservação do meio ambiente.
(Fonte: Certel)

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