Para
celebrar 2012, ano eleito pela Organização das Nações Unidas (ONU) como
o Ano Internacional das Cooperativas, as cooperativas Certel, Sicredi
Ouro Branco e Languiru, com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo (Sescoop-RS), promoveram o Encontro “A Intercooperação
Sustentável”, integrando-se com líderes e vice-líderes de núcleo e
autoridades para debater e analisar a necessidade de ações conjuntas que
visam o desenvolvimento da economia, sem esquecer do aspecto
socioambiental. O evento ocorreu na manhã desta sábado, dia 15, no
ginásio da Associação dos Funcionários da Cooperativa Languiru, em
Teutônia.
Economia da cooperação
A
primeira palestra foi proferida pelo professor e consultor da Fundação
Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, e da Universidade de Viçosa, de Minas
Gerais, José Horta Valadares, sobre economia da cooperação. Numa
economia organizada a partir de cooperativas, é necessário acreditar que
um negócio, para se vincular ao mundo, depende do sistema
cooperativista. “Se não houver confiança, é improvável que alguém decida
entrar numa cooperativa para compartilhar com outros o mesmo ambiente
empresarial. E para isso dar certo, é preciso envolvimento direto das
pessoas por meio de reuniões comunitárias, além de boas lideranças e
bons colaboradores”, afirmou.
Valadares
trabalha há décadas com o cooperativismo, e mostrou-se surpreso com a
forte influência das cooperativas em Teutônia e na região. Disse sentir
orgulho por estar diante de uma comprovação definitiva de que o
cooperativismo transforma as pessoas e os lugares. “Notamos com muita
clareza nesse evento que o cooperativismo é a opção que as pessoas
escolheram para melhorar a vida. E isso funciona e dá certo porque
decidiram conversar entre si, estabelecendo acordos de cooperação mútua e
desenhando toda uma economia para produzir riquezas baseadas no
cooperativismo”, comentou.
Intercooperação e sustentabilidade
A
segunda palestra, que abordou a intercooperação e a sustentabilidade,
foi ministrada pelo pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e de
Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Luiz Augusto Ferreira
Verona. O palestrante considera a sustentabilidade como um processo
amplamente dinâmico, com pilares básicos de justiça social, equidade,
produção, distribuição de renda, autogestão. “Este evento coloca em
prática aquilo que temos lutado há muito tempo, a construção de redes
com interações fortes, com foco para o crescimento sustentável. Esse é o
caminho para alcançarmos um mundo melhor”, assinalou.
Para
Verona, o principal desafio é manter essas redes de cooperação, essa
união, o que pode existir numa cooperativa, associação, família ou num
grupo de futebol. “É preciso manter esses grupos com os mesmos
interesses, no caso, aqui das cooperativas, na qualidade de vida dos
seus cooperados. Vemos que esse espaço está sendo construído na região
de Teutônia”, frisou.
Futuro preocupa
O
presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Rio Grande do
Sul e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sistema
Ocergs-Sescoop/RS), Vergilio Frederico Perius, encerrou as palestras
falando sobre Cooperativismo. O mais importante, na visão do dirigente, é
pensar no futuro do sistema cooperativista. “Temos um presente bom, mas
estou muito preocupado com a juventude. Porque, se insistirmos muito
pelas exportações de commodities, sem transformar em
manufaturamento, o Brasil vai criar um grave risco de esvaziamento dos
campos”, alerta Perius, acrescentando que incrementar o sistema
agroindustrial é uma das formas de fixar os jovens no meio rural.
A
integração existente entre as três cooperativas promotoras, para o
presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, serve de exemplo para o País.
“O produtor necessita da produção, da energia elétrica e do crédito para
se manter forte, e é por isso que 82% da população teutoniense é
vinculada a alguma cooperativa”, sublinha.
Avaliações
O
líder de núcleo da Certel Mário Silvério Favaretto, de Sério, aprovou a
iniciativa das cooperativas. “O evento foi muito proveitoso, pois os
temas estão relacionados com o nosso dia a dia. O fortalecimento do
segmento agroindustrial, proposto por Vergilio Perius, deve ser muito
bem lembrado pelas nossas cooperativas e também pelos agricultores. E
temos que diversificar a produção sempre com respeito ao meio ambiente,
pois tudo que se joga contra a natureza, cedo ou tarde volta contra nós
mesmos”, adverte.
Para
Ingo König, líder de núcleo da Certel de Sampaio, Santa Clara do Sul, os
ensinamentos e debates do encontro contribuem para o fortalecimento do
setor primário. “Tanto a intercooperação como a sustentabilidade devem
estar cada vez enraizadas na nossa cultura. Quanto mais união, mais
força teremos para crescer”, avalia König, associado à Certel, “com
muito orgulho”, desde 1971. “A cooperativa nunca nos ‘deixou na mão’”,
acrescenta.
Romeu
Kayser, líder de núcleo da Certel de Linha Catarina, Teutônia, acredita
na força do sistema cooperativista. “Nossa região tem qualidade de
vida, principalmente, pelo trabalho conjunto das três cooperativas. Por
isso, o cooperativismo deve ser, cada vez mais, incentivado”, pondera.
Respeito ao meio ambiente
O
Encontro “A Intercooperação Sustentável” terá a sua emissão de gases de
efeito estufa neutralizada pelo projeto Energia Verde em Harmonia
Ambiental, da Certel Energia, através do plantio de árvores doadas pelo
viveiro da cooperativa, cujo plantio será realizado por colaboradores da
Certel, Languiru e Sicredi. As camisetas personalizadas do evento,
distribuídas aos líderes de núcleo, são ecológicas, confeccionadas por
algodão e garrafas pet, também contribuindo com a preservação do meio
ambiente.
(Fonte: Certel)